Al departir del brau tempier

- Marcabru -


Poema moral do Marcabru, este aqui contém uma alusão natural e é uma crítica aos pais que são incapazes de passar virtudes heróicas aos filhos.

(1)
Al departir del brau tempier,
Quan per la branca pueja·l sucs
Don reviu la genest'e·l brucx
E floreysson li presseguier
E la rana chant' el vivier
E brota·l sauzes e·l saucx,
Contra·l termini qu'es yssucs
Suy d'un vers far en cossirier.

(2)
Cossiros suy d'un gran vergier
Ont a de belhs plansos mans lucs!
Gent sont l'empeut e·l frugs bacucs,
Selh qu'esser degran sordegier,
Fuelhs e flors paron de pomier,
Son al fruchar sautz'e saucs,
E pus lo caps es badalucs,
Dolens son li membr' estremier.

(3)
Mortz son li bon arbre primier,
E·ls vius son ramils e festucs,
Dels fortz assays los vey damnucx,
Mas de bordir son fazendiers,
De promessas son bobansiers,
Al rendre sauzes e saucx,
Don los claman flacs e baudux
Ieu e tug l'autre soudadier.

(4)
Quan son la nueg josta·l foguier
N'Esteves, en Constans, en Ucs
(Verso perdido)
Mais que Berartz de Monleydier!
Tota nueg joston a doblier,
El jorn a l'ombra dels saucx
Auziriatz nausas e bauducx
E doblar entr'els l'escaquiers.

(5)
Doncx no pairejon li derrier!
En totz bos sens ab los faducs,
E log si Cozer' e Sarlux
Valon Toloz' e Monpeslier
Qu'ieu sai quals mortz foron primier
E·l mais dels vius son vers saucx,
E podetz dir qu'es benastrucx
Qui troba laur ni olivier.

(6)
Neys l'ortolas ab lo clavier,
Jos ab un vent, s'en fuy huelhs cucx,
Per esclavina e per trabucx
An laissat mantelh e caussier.
Ni ren non ai del estagier.
Tal hira·m fan sautz' e saucx!
Si no·ls ten reys o coms o ducx
Totz temps seran mais caminier.

(7)
Los pros sal Dieus qu'an pretz entier,
Que·ls rics malvatz paron saucx,
Per que·l segles es badalucx,
Don malavey'e desturbier.

Tradução

(1)
Ao partir da temporada selvagem,
Quando, pelo ramo surge a seiva,
Da qual revive a vassoura e urze,
E quando a árvore de pêssego floresce
E o sapo canta na água
E brota o salgueiro e sabugueiro,
Contra o término dos meses secos
Me preocupo em fazer um poema.

(2)
Penso sobre um grande pomar
Onde há belas mudas em muitos lugares!
Largos são os enxertos e as frutas frescas
Nestas que deveriam ser os piores,
Flores e folhas parecem com os do pomar,
Mas seu frutificar é apenas salgueiro e sabugueiro,
E pela cabeça ser vazia
Os membros na extremidade estão em dor.

(3)
As primeiras e boas árvores estão mortas
E as vivas são ramos e palhas,
Vejo os feitos valentes proibidos para eles,
Mas estão ansiosos para a justa,
São pródigos a promessas
São vazios como salgueiros e sabugueiros,
Então nós os chamamos de fracos e cansativos,
Eu e todos os outros soldados.

(4)
Quando estão, de noite, na fogueira,
Senhor Estevão, Senhor Constance e Senhor Hugo,
(Verso perdido)
Mais que Bérard de Montdidier!
Toda noite, eles jogam vaias vazias
E, de dia, à sombra dos sabugueiros,
Ouviria barulhos e aborrecimentos
E discussão entre eles sobre gabar.

(5)
Portanto, as últimas (árvores) não lembram seus pais
Em todo seu bom lado, com seus canalhas.
Cazères e Carlux, talvez,
Valem Tolosa e Montpellier?
Porque eu sei quais foram mortas primeiro;
E os melhores entre os vivos são os velhos sabugueiros,
E podes dizer que é sortudo
Aquele que achou Loureiro e oliveira.

(6)
E mesmo o jardineiro e porteiro
Correm, como se fossem levados pelo vento, olhos fechados,
Pela esclavina e pelos sapatos,
Eles (as últimas proles) abandonaram o manto e as botas.
E eu não tenho nada a ganhar do (novo) inquilino (do pomar).
Quanta ira me faz o salgueiro e sabugueiro!
Se rei, conde ou duque não os ajudarem
Eles serão vagabundos para sempre.

(7)
Deus ajude o corajoso cuja virtude é inteira
Porque os ricos malvados lembram os sabugueiros:
Pois o mundo é vão
E tropeça na própria frivolidade.

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