Qui non sap esser chantaire braire
- Jaufre Rudel -
Poema escrito pelo famoso trovador Jaufre Rudel. Poema romântico típico.
Alguns versos foram adaptados.
(1)
Qui non sap esser chantaire braire
deu quant au lo ver sonar clar
e que son per tot mesclat prat
e'l rozal del mati s'espan blan
sobre l'erba josta'l sauza.
(2)
Non aus semblan ni vejaire faire
qu'eu l'am ni l'aus desamar ar
q'en amor son drut mirat fat
e'il fals amador ab engan van
cui amors engann'e bauza.
(3)
Non es reis ni emperaire gaire
que l'ause'l mantel drechar var
ni far q'agues acatat grat.
Ric me fai la noig en somnian, tan
m'es vis q'en mos bratz l'enclauza.
(4)
Lai n'irai el sieu repaire, laire,
em peril qom de passar mar.
Si de mi no'il pren pitat, bat
fer freg. Las! tan la vau pregan qan
ni ja ren de leis me'n jauza.
(5)
Si no'm vol amar m'amia, dia,
pos eu l'am, s'il m'amara; ja
q'eu sui al seu mandamen, gen
li serai si'm vol retener: ver
li dirai, q'autrez i menta!
Tradução
(1)
Aquele que não sabe ser cantor,
Deve relinchar quando ouvir o som claro da primavera,
e quando em todos os lugares os prados estão multicoloridos
e o orvalho da manhã espalha luz
sobre a grama pelo campo de salgueiro.
(2)
Não me atrevo a sinalizar, nem mostrar
Que eu a amo, nem ousar desamar ela agora,
Pois no amor os fiéis são tidos como tolos
E os falsos amantes procedem com engano
O amor deles engana e decepciona.
(3)
Não há rei nem imperador,
Que se atreva a entregar o seu manto de pele,
Nem entrar bem em suas graças.
Ela me faz um homem de tanta sorte, na noite sonhando,
Eu sonho em segurá-la em meus braços.
(4)
Eu irei para sua morada, me permita,
Em tanto perigo como se eu cruzasse um mar.
Se ela não tiver misericórdia de mim, eu açoito
um cavalo morto. Ai de mim! Eu imploro muito a ela e
Eu não recebo dela nenhuma satisfação.
(5)
Se minha amiga não quer me amar,
Deixe ela dizer isso,
Já que eu a amo, se ela me ama,
Já eu estou à sua disposição, gentilmente,
se ela concordar em me aceitar: verdadeiro
Devo eu ser, pois algum outro poderia mentir.
